domingo, 3 de julho de 2011

Bailarico de S. João

Por razões que não são das minhas encomendas, o S. João, cá na terra, está a ser festejado este fim de semana e eu, que tenho na minha conta de arraiais uma porção deles, fui somar mais um, não pela saudade, antes pela curiosidade do registo das novidades – do grupo de baile aos foliões.
Depois de um “medley” musical de quinze minutos (para mais, e não para menos!), que incluía os “sucessos” de verão (?) nas vozes de três meninas, (quase) certinhas na coreografia (dois passos para a direita, outros tantos para a esquerda…), entendi dar por findo o arraial, não sem antes ouvir o teclista anunciar que “…íamos ficar com o nosso amigo Fernando Correia Marques”; pausei a passada, porque conheço o Fernando desde o tempo do “Carlitos” e do “Burrito” – lembram-se? Afinal, do FCM nem sinal, rebate falso, do Fernando só a autoria da cantiga, que “não é do meu tempo”, nem de agora, a acreditar nas novidades que ouço de quando em vez na Rádio de Arganil. Apressei o passo e desci a rua…
Sendo “noite de S. João”, esperava eu que o grupo de baile nos brindasse com temas do estilo “S. João bonito”, ou mais brejeiras, embora “sãojoaninas”: “No S. João / não andes à noite nas Fontainhas / deixa essas festas grandes / que eu faço-te umas festinhas”, mas não: as meninas, a solo e em coro disseram qualquer coisa sobre o “espingardão” de um militar e de um “buraquinho”, e "ameaçaram": “ ou me dás o que eu quero ou salta-me a tampa”! Veio a Julieta à baila, “... eu tratei-te por Romeu “ - disse uma das meninas, que confidenciou: “ deste-me uma nega…”.
Deixei o largo do coreto no preciso momento em que a voz da menina repetia o refrão: “deste-me uma nega…”, edecetra e tal” – e mais não percebi, mas a quadra era malandreca, como as outras, estão na moda, como sempre estiveram, ora leiam: “ Meu amor, teu alho-porro / namora o meu manjerico / quando se beijam sem gorro / que sobressaltada eu fico”.
Olhei para trás de soslaio – ninguém dançava, mas o balcão do bufete tinha clientes e uma criança, pelo preço de um euro, levava nas mãos a sorte de uma rifa.

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