sábado, 5 de maio de 2012

Diligência para Coimbra com retorno

Subsídio para a história dos transportes públicos de Arganil

        O meu amigo Abel Ventura Fernandes, através do  Facebook, comentou a imagem que captei algures em Arganil e agora reproduzo. Pela importância do relato, destaco-o com a devida vénia.


Embora sumido, um pequeno dístico fixo no veículo atesta a sua anterior propriedade

"Esta charrete faz parte da história dos transportes públicos, de que Arganil foi pioneira, através da empresa (salvo erro) Eduardo Jorge, mais tarde Empresa Automobilística Arganilense, empresa desaparecida, por ter sido comprada por uma outra empresa dos lados de Pedrógão Grande.  
Esta charrete foi utilizada para transporte de passageiros em viagens entre Arganil/Coimbra e volta, era puxada por 2 cavalos, bestas que eram revezadas em Ponte Mucela, onde a empresa de então tinha uma cocheira para descanso e alimentação dos animais. Tudo isto são coisas que  foram transmitidas boca a boca, quando pertenci a  uma equipa que nos finais dos anos 70 e durante os anos 80, no Grupo Folclórico da Região de Arganil, fez pesquisa e recolhas para o património de danças, cantares e outras tradições desta região. Naturalmente, foram surgindo várias estórias  a que  dedicámos pouca importancia (foi o caso), e não ficou registo, daí  a informação que reproduzo não ser perfeita e completa, terá algumas imprecisões.
Esta pequena diligência foi doada ao G.F.R.A. através da minha falecida mãe (MARILÚ), Mª de Lourdes Mendes Ventura, que era a Presidente do Grupo, pela família,  já falecida,  de Eduardo Jorge e José Jorge. O veículo encontrava-se num barracão de uma quinta, ali para os lados da Alagoa. Na altura,  pensou-se recuperar totalmente  a peça,  não aconteceu...  e assim se mantém  até aos dias de hoje".
Abel Fernandes

1 comentário:

João Portugal disse...

Já na Informação paroquial de 1758, se dizia que a Ponte da Mucela, “transito certo dos viajantes das duas Provincias Beira e Tras os montes, tem estalagens bem providas, e sempre as saborosas bogas do Alva”. Pouco antes, o prior Alves da Cruz, como visitador da igreja de S. Martinho da Cortiça, ordenou ao povo de Bouças e da Ponte da Mucela que edificasse uma capela nesta povoação, “muito util para os passageiros ouvirem Missa aos dias Santissimos”, que veio a ser benzida em 1739.